segunda-feira, 26 de julho de 2010

Sem Ebó não há Candomblé.

Sem Ebó não há Candomblé.

Meus irmãos, o Babá Fernando é, como todos bem sabem, parte imprescindível do nosso blog. Seus comentários são dignos de molduras, sem nenhum exagero da minha parte.
Essa publicação partiu de um dos seus comentários que com toda certeza merece este espaço. Portanto, leiam, aprendam com suas palavras e prestigiem-no, pois ele merece.

“Ègbé,

Será que todos sabem o que é um Ebó e suas inúmeras finalidades, e aí pergunto: para que serve o Ebó?

É importantíssimo esse entendimento para quem estuda, pratica e vive o Orixá.

Respondemos inúmeras perguntas sobre qualidades de Orixás, fundamentos, lendas, feituras, borís, axés, procuramos desmestificar e dar coragem ao leitor de interagir e familiarizar-se com essa cultura, porém, sem ebó não teremos religião e essa pergunta ninguém fez: Preciso fazer ebó para tomar um Obí? Eborí? Iniciação? Como saber qual ebó devo fazer? Por que tenho que fazer ebó?

Em primeiro lugar precisamos acreditar no Ebó e na pessoa que prescreveu o Ebó e principalmente entende-lo, pelo menos ter um caminho de entendimento. Ter a prova concreta de ter feito o ebó ter melhorado, ou ter se livrado de um perigo, amenizado um situação de queda geral, de acidente, de perigo, de perda, de injustiça, de doença, de mal agouro, de egun, de demanda, de negatividade principalmente.

Existem ebós positivos e negativos, aqueles que se dão caminho e os que não se dão caminho, ebós de odú, ebós que são presenteados, ebós Exú, Ikú, egun, Ebós de carrego, ebós de Axexe, ebós de Osé, ebós abikú, ebós omim, ebós de prosperidade, ebós de lua, sol, chuva, ebós da madrugada, ebós e ebós e tantos ebós de limpeza e preparaçãoaté para abrir um jogo de búzios.

O ebó não espera um dia ser feito, se foi prescrito tem que fazer o mais rápido ou não faça mais.

O ebó existe permanentemente dentro de um Ilê Axé, no momento que entramos na casa, saudamos a entrada com água para esfriar o caminho, isso é um Ebó.

O Ebó é místico, essa é minha visão, ele tem influencias de Exú e Orunmilá. Na própria confecção do ebó tem a energia de quem está fazendo, arrumando, tem a energia de quem vai passar, de quem vai levar.

O banho de ervas é um ebó de pai Ossãe e é de suma importãncia tomá-lo após um ebó, é o sangue verde das folhas, a essência viva da natureza.

Se faz ebó com apenas um ovo, se faz ebó com apenas uma pedra de ofun ralado, com uma pimenta da costa, se faz ebó com a fé nas coisas simples que é a grande sabedoria Yorubá.

Os iniciados no Orixá tomam ebó sempre e para sempre pois, manter-se limpo é estar em sintonia com seu Orixá, é concebe-lo numa suavidade preponderante em seu axé individual.

Adupé ò,

Por Fernando D’Osogiyan” (o babazinho! rsrsrs)

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